PROJETO

Mulheres de Areia,
Memórias de Atafona

A memória cultural de uma comunidade é formada por muitas camadas: 

Tradições, linguagens,  costumes, patrimônios arquitetônicos, objetos, artefatos.

O que acontece, então, quando uma guerra, uma catástrofe, um desastre ambiental destroi o que ali existia?

Há mais de 50 anos, a erosão costeira vem, em um processo lento e contínuo, destruindo o distrito de Atafona, no Norte do Estado do Rio de Janeiro.

IMG_20240406_123134_337

Ao todo, 14 quarteirões já foram engolidos pelo mar. O processo migratório já impactou centenas de pessoas. Mas a população ali ainda resiste. E as mulheres dessa comunidade são decisivas no vínculo afetivo com a localidade, em um constante processo de adaptação. 

Nossa pesquisa mapeia o comportamento e o sentimento dessas mulheres, e a motivação que as fazem seguir com esse ato de resistência, afetando e sendo afetadas pelo ambiente.

Carmélia Barreto

"O livro da Ilha da Convivência já estava pronto na minha cabeça há muito tempo"

Camila HIssa

"O mar já levou quatro restaurantes da minha família. Mas nunca pensamos em ir embora daqui"

Fernanda Pires

"As cooperativas são grandes oportunidades de desenvolvimento econômico e social para mulheres da comunidade"

Izabel Gregório

"Dediquei minha vida à Educação. E sempre soube que, ao me aposentar, viveria o sonho de ser escritora"

Joice Pedra

"As mulheres de Atafona são fortes. Venho de família de pescadores e acredito que podemos viver nossos sonhos"

Lúcia de Jesus

"Após a cooperativa, fiquei mais confiante. Hoje faço artesanato, viajo e vendo meus próprios produtos"

Odineia Pereira

"Vou viver sempre em Atafona. O mar já levou minha casa, meu posto de gasolina e meu frigorífico. Reconstruí tudo"

Sônia Ferreira

"Sou feliz em Atafona, pois aqui é meu lar. Nunca pensei em ir embora. A fresca daqui não tem igual, Até a areia cura"

Quando o sol nasce, o horizonte é ainda mais impressionante. Nas areias da Praia de Atafona, o cenário é de beleza e destruição. Intriga, cativa e convida os visitantes que desejam mergulhar em um mar de histórias, memórias e novas descobertas. Nos últimos 50 anos, 14 quarteirões foram engolidos pelo mar neste distrito de São João da Barra, no Norte do Estado do Rio de Janeiro. O mais grave processo de erosão costeira brasileiro, que está em ritmo acelerado, quando se compara a qualquer outro local do mundo. E que é vivenciado diariamente por seus moradores, que sempre veem uma paisagem diferente no horizonte.

Passei duas semanas nessa terra acolhedora e de situação tão singular. E descobri que sua maior riqueza cultural está no povo que ali habita. Em sua capacidade de reinvenção, adaptabilidade e resiliência. Me aproximei de mulheres de classes sociais diversas, de idades entre 14 e 80 anos. Para entender como se estabelecia a relação delas com aquele ambiente de constante incerteza. Em todas elas, encontrei 3 características em comum:

Foto: Flavio Veloso

Atafona . são joão da barra .
rio de janeiro . brasil

Descobrindo novas possibilidades de vida,
em meio a ruínas, memórias e expectativas

ATAFONA

MULHERES DE AREIA . MEMÓRIAS DE ATAFONA . MULHERES DE AREIA . MEMÓRIAS DE ATAFONA . MULHERES DE AREIA . MEMÓRIAS DE ATAFONA . MULHERES DE AREIA . MEMÓRIAS DE ATAFONA .

Projeto de Pesquisa e Preservação de Memória - Lei Paulo Gustavo - Edital Diversidades em Diálogo RJ 2023

Idealização: jornalista Ana Luiza Cassalta e fotógrafo Flavio Veloso

      REALIZAÇÃO:

Pular para o conteúdo